De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), crianças que usam fones de ouvido de forma prolongada e acima dos “limites toleráveis” podem sofrer danos irreversíveis. O estudo da SBP também revela que a falta de controle no uso pode levar, inclusive, à perda progressiva da audição, desenvolvendo, em casos mais graves, a surdez. A Organização Mundial da Saúde também alerta que esse problema, muitas vezes não visível, deve levar mais de 25% da população mundial à perda auditiva total, até 2050. Jovens e adultos entre 12 e 35 anos serão os mais afetados pelo transtorno.
A fonoaudióloga da Clínica Três Marias, Taciana Amorim, explica que o uso exagerado de fones por crianças pode resultar em diversas complicações, como zumbidos nos ouvidos e danos permanentes à audição. “O limite de 85 decibéis é considerado o máximo para exposição prolongada. Sons acima desse nível podem começar a causar danos à audição, se o uso for contínuo. Via de regra, o tempo de uso seguro não deve passar de 8 horas”. A especialista ainda sugere que sejam adotadas pausas de 10 a 15 minutos, após cada hora de uso, e que o limite do volume não ultrapasse 60% da capacidade do dispositivo.
Além dos transtornos associados à perda da audição, outros problemas podem surgir, como dores e desconforto nos ouvidos, diminuição da atenção e isolamento social, devido à condição que, muitas vezes, pode prejudicar o desenvolvimento das habilidades interpessoais. A profissional ressalta que é importante que os pais estejam atentos aos principais sintomas que abrangem: dificuldades de ouvir, queixas de dor, desconforto e zumbidos nos ouvidos, mudanças de comportamento e problemas de equilíbrio ou tontura. A dificuldade de focar em tarefas simples do dia a dia e de se concentrar em atividades escolares também deve ser observada.
“Procurar um fonoaudiólogo, assim que qualquer um desses sinais for observado, pode garantir intervenções adequadas e preventivas, para promover a saúde auditiva e o desenvolvimento saudável das crianças”, ressalta Taciana Amorim. Para além de detectar o transtorno precocemente, as visitas a um especialista também permitem a orientação adequada sobre o uso dos fones. A especialista pontua que ainda é preciso estar atento caso haja parentes com problemas auditivos no histórico familiar, sendo essencial realizar uma avaliação preventiva.
Assessoria de Imprensa